A retina é um tecido que registra, decodifica e envia ao cérebro as imagens captadas pelos olhos. É ela que transforma a luz em estímulo nervoso, que passa pelo nervo ótico e chega ao cérebro onde conseguimos compreender a informação e, de fato, enxergar.
As doenças da retina estão entre as principais causas de cegueira e baixa visão, especialmente na população com mais de 50 anos.
Diante da sua função essencial para a nossa visão, o cuidado periódico com a retina e a saúde ocular de modo geral é imprescindível, uma vez que há doenças que se instalam de forma silenciosa e outras que avançam de forma rápida. O diagnóstico precoce pode ser determinante para o sucesso do tratamento.
Doenças mais comuns
Uma das patologias mais conhecidas e comuns é o descolamento da retina, que pode levar à cegueira. “A retina pode se soltar desta parte esbranquiçada do olho. Quando ela está fora do lugar dela, a pessoa perde completamente a visão. Ela passa do estado de enxergar 100% para enxergar 1% ou 2%. Essa doença é muito grave e o tratamento é cirúrgico. E se essa estrutura não for colocada de volta no lugar, a evolução é a perda completa da visão”, alerta o oftalmologista do Hospital de Olhos de Cascavel, especialista em retina e vítreo, Dr. Abenor Minaré Filho.
Outra doença comum é a degeneração macular relacionada à idade, que acomete a área central da retina. “Com o tempo, a parte central da visão (a mácula), começa a ficar alterada e a perder função. Quando a retina começa a registrar a degeneração, ela já não consegue mais transmitir toda a capacidade visual que o paciente poderia ter. A visão que era de 100% pode ir reduzindo para 99%, 98% e às vezes bem mais do que isso”, explica o especialista.
Existem dois tipos de degeneração macular relacionada à idade: atrófica e exsudativa, que demandam tratamentos diferentes. “O tipo exsudativo é o mais grave e o avanço é rápido. Esse tipo é caracterizado pela formação de inchaço no fundo do olho. Felizmente é o tipo menos comum, diagnosticado em 10% dos casos da doença. O tratamento realizado é com injeções”, esclarece.
Já a degeneração macular do tipo atrófica é mais comum e menos grave, tratada com vitaminas.
Retina x diabetes
As doenças que atingem a retina também podem estar relacionadas a outras patologias sistêmicas, como o diabetes. “O diabetes pode ter diversos órgãos alvo, ou seja, começa a impactar algumas partes do corpo mais do que outras. Órgãos como o coração, o rim e o olho podem ter algum tipo de alteração. E dentro do olho o órgão alvo é a retina. Ao longo dos anos ela pode ser acometida, começar a apresentar algumas pequenas hemorragias e pequenos aneurismas. Eventualmente ela pode ter algumas alterações mais graves que podem levar ao descolamento de retina, hemorragia vítrea ou glaucoma. É uma patologia bastante severa de olho, e por isso é importante que quem tem diabetes faça o acompanhamento oftalmológico anualmente, ainda que esteja tudo bem”, ressalta o oftalmologista.