O Outubro Rosa é uma campanha mundial voltada para a conscientização e prevenção do câncer de mama, que busca alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. No Brasil, essa mobilização tem grande relevância, especialmente pela alta incidência de novos casos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que 73.610 novos casos de câncer de mama sejam registrados até 2025, com uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres, e que a doença cause 18 mil mortes. Embora rara, a doença também pode acometer homens, representando cerca de 1% dos casos.
O câncer de mama ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2021, de 11,71/100 mil (18.139 óbitos).
A doença é a neoplasia que mais atinge mulheres no Brasil, sendo as regiões Sul e Sudeste as que apresentam maiores taxas de incidência e mortalidade. Diante desses dados, a detecção precoce e a prevenção primária desempenham um papel crucial na redução dos números da doença. O acesso à informação, exames de rotina e cuidados com a saúde são essenciais para que a população feminina esteja preparada para identificar os sinais e buscar tratamento adequado o quanto antes.
A Enfermagem tem um papel central nessa luta, não apenas cuidando diretamente das pacientes, mas também promovendo a educação em saúde. Enfermeiros são responsáveis pela orientação sobre a importância dos exames preventivos, como a mamografia, e auxiliam as mulheres a compreenderem os fatores de risco e sinais que podem indicar o desenvolvimento de um tumor, como nódulos e alterações na pele da mama. Além disso, a Enfermagem oferece suporte emocional durante todas as etapas do tratamento.
Embora o autoexame das mamas seja importante, a mamografia é a principal ferramenta para a detecção precoce da doença. Mulheres entre 50 e 69 anos devem realizar o exame a cada dois anos, conforme recomendação do Ministério da Saúde, e aquelas com maior risco devem seguir um acompanhamento médico individualizado. A mamografia é capaz de identificar tumores em estágios iniciais, aumentando as chances de sucesso no tratamento.
Mulher de cabelos brancos fazendo mamografia, acompanhada de uma profissional mais jovem
O SUS oferece mamografias gratuitamente para todas as mulheres
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece mamografias gratuitamente para todas as mulheres, com foco na faixa etária de 50 a 69 anos, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2022, foram realizadas 4.239.253 mamografias no SUS, das quais 3.856.595 foram para rastreamento. Homens também têm acesso ao exame, com 8.719 mamografias registradas, e desde 2022, a opção de mamografia de rastreamento está disponível para homens trans.
Além do diagnóstico precoce, a prevenção do câncer de mama envolve a adoção de hábitos saudáveis. A prática regular de atividade física, a manutenção de um peso saudável e a redução do consumo de álcool são recomendados. A amamentação também é considerada um fator protetor, contribuindo para a diminuição do risco de câncer de mama.
Uma pesquisa divulgada pela Agência Brasil em 2023 revelou que metade das mulheres entre 40 e 49 anos não realizaram mamografia nos últimos 18 meses, quando o recomendado é o exame anual para essa faixa etária. Isso reforça a importância de campanhas como o Outubro Rosa, que mobilizam esforços para aumentar o acesso ao diagnóstico precoce e garantir que as mulheres estejam informadas e protegidas.
O câncer de mama está relacionado a vários fatores de risco como idade, histórico familiar, menopausa tardia, uso prolongado de anticoncepcionais e comportamentos como o sedentarismo e o consumo de álcool. A conscientização e a mudança de hábitos são essenciais para a prevenção, assim como o acesso a exames de rastreamento.
A campanha Outubro Rosa reforça a importância de estar atento aos sinais do corpo, e a Enfermagem continua a desempenhar um papel essencial nesse cenário, promovendo a saúde, oferecendo informação e garantindo que as mulheres tenham acesso aos exames preventivos e ao apoio necessário. Com a colaboração de toda a sociedade, é possível reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida de milhares de mulheres no Brasil.
Fonte: Ascom/Cofen